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Literatura
Vladimir dança para as máquinas
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Vladimir dança para as máquinas é, entre outras coisas, literatura saída de um tubo de ensaio. À exceção do sumário oficial que é o índice dos capítulos, há nesse quase-romance apenas cenas, e consequentemente uma tensão constante que não admite momentos narrativos de relaxamento – há, no máximo, o espaço em branco na página entre uma cena e outra. Mas, se tudo é clímax, e como não se trata de leitura de uma só sentada, a atenção continuada não aguenta, e são os leitores que se encontram diante de uma bifurcação: pode-se ou fechar o livro por um tempo, ou tratar (mesmo sem perceber) partes do texto como enchimentos. Levando em conta que há traços vestigiais de um enredo – a missa campal, por exemplo, é anunciada e aos poucos acontece –, com personagens recorrentes mais ou menos distribuídos em núcleos que interagem, a atenção que se esforça para ligar os pontos em uma trama que começa e termina (não é bem o caso) acaba por se distrair, salvo engano, com os vaticínios e descrições mais febris – que são, apesar dessa posição estruturalmente inglória, o que há de mais valioso no livro. Pois beleza monstruosa à parte (que existe e é frequente), há algo sendo dito por meio dessa exuberância de imagens que vão formando um mosaico cada vez mais denso, e que não poderia ganhar expressão de nenhum outro jeito: tubo de ensaio, sim, mas também literatura.