Já há muito tempo, a botânica é um assunto popular, e objeto de muitas publicações, como dicionários, enciclopédias, guias de campo e manuais sobre plantas e seu cultivo. O Pequeno guia da botânica modernista, ao mesmo tempo em que se insere nessa tradição, propõe também uma abordagem diversa, em que a escolha das espécies a serem apresentadas é conduzida não pelo olhar dos cientistas, naturalistas ou horticultores, mas pelas obras dos artistas que há quase 100 anos (na Semana de Arte Moderna de 1922) inauguraram o chamado “modernismo paulista”. E é justamente nessa mudança de ponto de vista que reside o maior interesse do livro: quem nos fala sobre as plantas, seus usos, suas características, formas e significados são artistas e escritores como Lasar Segall, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Raul Bopp, Blaise Cendrars e Paulo Prado, além de duas figuras cujos projetos paisagísticos são até hoje pouco conhecidos e valorizados: Flávio de Carvalho e Mina Klabin Warchavchik.