Betina é psicóloga e o paralelo entre sua obra e biografia introduz o eixo poético de seu trabalho. Como uma repetida ação, praticada por um mesmo impulso interior, ela busca desvelar aquilo que está além da visão cotidiana. As fotos oferecem uma concepção idealista do mundo (em sentido kantiano), na qual o que se mostra à consciência como mundo é o resultado das sínteses operadas pelo entendimento de um sujeito ativo, que articula e constrói conceitualmente os objetos que o circundam.
“Muitas vezes sabemos que as coisas estão ali, porém na escuridão não conseguimos enxergar. Conforme colocamos um foco de luz, elas vão sendo trazidas à tona e se tornam reais. É exatamente o que a terapia faz. Ao iluminarmos os conteúdos do inconsciente, eles se tornam reais, possíveis, controláveis”, diz.