Dandara é um arquétipo importantíssimo do feminino, da força do matriarcado. Sua história precisa ser contada e recontada. Precisa estar viva no imaginário de todo brasileiro e principalmente de toda brasileira que a traz no sangue até mesmo sem saber. O denso e leve livro do Tiago Santiago escrito com Barbara Garcia, Jeferson Freitas e Vinicius Sylvestre bate um tambor sincero e nos leva com honestidade pela história. Firma Dandara como orientadora, como cabeça da revolução que Zumbi vem protagonizar por causa dela. É ela quem o provoca, é ela quem o convoca. Suas ideias de conquistas, suas estratégias nas batalhas eram brilhantes e muito respeitadas. Dandara é um livro de aventura, de amor, de acolhimento, de coragem, de fundamentos da filosofia africana nos quais crianças são divinas, os velhos são uma biblioteca viva orientando o presente, a comida boa, de qualidade e para todos é o grande preceito, o segredo do coração de uma casa. Como uma onda volumosa a nos cobrir este livro traz o olhar afro-brasileiro em narrativa envolvente e reparadora contra toda a tragédia histórica, vergonhosa, holocáustica, sanguinária, fria e muito lucrativa, representada pelo sequestro e tráfico de gente que manchou de vermelho o azul das águas do oceano. (Do Prefácio de Elisa Lucinda)