O romance trata da vida dos trabalhadores de Santana de Parnaíba. É possível que alguns leitores acreditem que se passa em um tempo remoto, pela ambientação verdejante e a presença do rio Tietê, ainda que já não tão limpo, mas é aí que o passado se mistura com a atualidade, sendo possível encontrar aqueles personagens, nas mesmas profissões, com os mesmos coronéis e com as mesmas impunidades narradas. Mas com certeza é um romance histórico, relatando a vida e os costumes em um determinado contexto histórico-geográfico, mesclando fatos verídicos e fictícios. Ao longo dos capítulos vamos conhecendo melhor alguns dos personagens, percebendo características e temperamentos da dureza dos trabalhadores rurais e de uma vida em opressão. A narrativa traz estes aspectos na figura de trabalhadores rurais que diariamente, em um pau de arara, locomovem-se de um bairro periférico para uma fazenda, onde enfrentam a opressão do patrão e dos outros empregados. O personagem principal, Jaci, depara-se em um mesmo dia com todas as contradições desta vida: a submissão, a desvalorização da vida humana, os mistérios de uma curandeira e as dificuldades da morte. As reflexões dos personagens através destes momentos são, por consequência, a metafísica de um boia-fria.