Uma suspeita que atravessa o tempo e agora intriga uma jovem advogada- que passa a conhecer- por meio de seu atual namorado- a versão de uma antiga morte mal explicada- Um protagonista hesitante- controverso- amável e portador de ideias supostamente sombrias- Um motel próximo a colinas verdes e azuis de um lugar que poucos percebem e que talvez configure- sem nenhum alarde- a paisagem mais bonita do mundo- Vinho branco em novos encontros- quando a conversa começa a derivar para algo mais inquietante e sinistro- ainda sutilmente disfarçado entre a narração de um caso perdido no passado e momentos eróticos- Dois personagens desorientados sob uma tempestade de surpresa que castiga a região onde- até há pouco- reinavam a serenidade e uma paz acolhedoras- Detalhes que vão se destacando- enquanto se associam e se perdem- por fazerem crer que pode haver algo de contraditório e inverídico no depoimento do principal e único suspeito- despertam- nessa profissional bem-sucedida- a impressão de que está sendo enganada- manipulada- atraiçoada- ao mesmo tempo em que considera a possiblidade de seu interlocutor não passar de um homem confuso e esquecido-
Como a atração física e a sensualidade podem interferir no julgamento que se faz de um suspeito? A advogada se questiona em segredo- mas não responde a si mesma de forma definitiva ou convincente- Enquanto isso- planeja confrontá-lo na melhor ocasião- quando conseguir- com a ajuda de alguma artimanha argumentativa- conduzi-lo a uma condição insustentável- por meio da qual- possivelmente- ele teria de dizer a verdade-
Este romance é um tributo aos ficcionistas- cuja atividade principal consiste na recriação de situações reais- na reinvenção de fatos ocorridos ou imaginados- Nâo um tributo aos historiadores- aos acadêmicos- aos filósofos- aos jornalistas- mas a todos os que inventam- distorcem- corrompem- subvertem- Em suma- a todos os que mentem-