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Literatura
Sismográfo
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A primeira coisa que diz o narrador deste romance e uma pergunta: Quantas imagens são necessárias para contar esta história? Em uma procura de imagens para se lembrar e tambem para se esquecer- conhecemos Eduardo- que- alguns anos depois de deixar sua cidade natal como quem planeja uma fuga- se prepara para voltar a Andradas- levando na mochila um envelope cheio de fotografias. Sismógrafo e a história desse retorno- assim como das memórias que ficaram marcadas- aquelas dos lugares por onde ele passa- e aquelas indeleveis da chapa fotográfica. Enquanto acompanha o narrador em um movimento de reencontro com seu passado- somos apresentados tambem à história de Eduardo- seu amadurecimento numa pequena cidade do interior brasileiro- a criação católica e as experimentações da sexualidade. A narrativa de formação tem seu ponto de virada quando o protagonista conhece Tomás- um ano à frente no colegio- e uma fotografia coloca essa relação em xeque. Entre o dilema de Eduardo de se entender pela imagem e- ao mesmo tempo- tentar ultrapassá-la- vemos a construção de um painel de personagens que se chocam e se cruzam em uma trama lírica que- antes de caminhar para uma reconciliação entre aqueles que partiram e os que ficaram- e sobretudo um elogio ao tremor. As linhas que o sismógrafo desenha neste livro não são as dos movimentos do solo- mas sim as dos corpos que vibram no ritmo incerto do desejo. Partindo de uma experiência íntima- Leonardo Piana propõe uma leitura cortante e delicada da culpa e da violência associadas aos corpos dos homens gays. Livro vencedor do Prêmio Cidade de Belo Horizonte- Sismógrafo e tambem sobre uma geração que- nascida nos anos 90- enfrenta os horrores da vida adulta ao mesmo tempo que se depara com uma renovação do mundo tecnológico- com sua profusão de imagens a borrar as fronteiras entre o público e o privado. E essas imagens para sempre marcadas sobrevivem às distorções da memória- criando um tipo de memória infinita — a qual- mais do que construir zonas confortáveis de lembranças- impede violentamente que alguma coisa seja esquecida.