Ao trazer a morte da mãe para o centro deste relato. Noemi Jaffe. uma das principais vozes da literatura brasileira. expõe de forma brutal as feridas do luto e o que é possível fazer para vivê-lo.
Em fevereiro de 2020. aos 93 anos. falece Lili. sobrevivente do Holocausto. mãe de três filhas e viúva. Sua doença vinha se estendendo há tempos. mas isso não faz com que a dor de sua partida seja menor. A banalidade da causa. "uma infecção nos pés". é confrontada com um sentimento de descrença. Como é possível que aquela que sempre esteve presente não exista mais?
Com domínio narrativo único e uma honestidade perturbadora. Noemi Jaffe relata os primeiros dias após a perda da mãe. indo fundo em suas lembranças e seus anseios para produzir uma história sobre a morte. mas também sobre o que fica depois dela.
"À medida que escreve para combater o luto. Noemi torna mais e mais palpável a presença da mãe. recém-falecida. E quando o leitor vira a última página. o coração de Lili bate para sempre. Um livro tão comovente que chega a doer." — Joca Reiners Terron
"O que mais dói. quando perdemos alguém? Ao falar sobre a morte da mãe. este livro delicado de Noemi Jaffe consegue dar conta desse tema sem fim. a ausência. Acolher a memória como se fosse o colo onde você apoiou a cabeça desde sempre. até esse nunca mais. Guardar a voz. que já não diz seu nome. Saber o gosto da comida. que já não é servida. Reter o cheiro daqueles ventos só dela. E sorrir de novo. graças a tudo isso. se equilibrando nesse fio fininho. nessa 'película de ar'." — Zélia Duncan