Eis aqui um livro-viagem- um romance-ciclone- um libelo-literário de alta voltagem- Se o universo da prosa ficcional costuma ser estruturado pelo uno- em Laila- o que temos é o domínio do verso- do diverso se derramando pelos capítulos- todos vívidos- de contínua intensidade- criando um efeito de sedução que nos captura pela sua trama urdida com autenticidade- Laila- personagem singular- que nos enreda- nos atiça- nos comove- nos provoca- é a voz reinante- Mas não está só: o imbricamento da malha narrativa nos traz a mãe legastênica- o cão Chora Menos- o muso Tuio- Lourdinha- Zayn e outros tantos personagens alçados com uma dicção que funde a oralidade e a linguagem das redes digitais em diálogos díspares- dinâmicos- diligentes- Fique de olho também- leitor de profundas camadas- na avó de Laila- Você verá que os eventos desta obra original se assemelham a episódios de ficção seriada- nos quais os fatos- vibrantes- provocam pontos de viradas e desdobramentos inesperados- arrastando-nos para uma imersão total no mundo desvelado aos poucos- mas plenamente- pela protagonista- Os topos concretos se alternam entre o Brasil- a Espanha- o Marrocos- mas os virtuais se espraiam pelo planeta inteiro da cibercultura- E- ao mesmo tempo em que os devices tecnológicos são ubíquos na história- o humano se arvora na temática sombria do tráfico de pessoas- Com Laila- Vanessa Silla nos oferece um relato-dança- ao estilo de Rumi- Prepare-se: você não vai ler um livro- vai viver uma experiência (de leitura) inédita-