Com rara desenvoltura, Rosangela Petta faz seu relato saltar da sétima década do século 17 para esta segunda década do século 21, daí para a Lisboa da segunda década do século 17, onde o protagonista Salvador é condenado ao degredo no Brasil, daí para o Morro dos Ingleses de 2017, onde vivem seus supostos descendentes, daí para a caravela que se desgarra da frota na tempestade em 1616, quando o degredado vem dar à costa do Brasil e é flechado pelos índios, daí para a família reunida no seu histórico casarão na segunda década do século 21, e dá uma pirueta para o surgimento do tropeiro João de Matos, que vive nas cercanias da Vila de São Paulo de 1616, volta ao atual Morro dos Ingleses e em mais um salto vai dar na Vila de São Vicente de 1617, onde João e Salvador se tornam um só, pilar de uma dessas famílias de 400 anos que acreditam ter feito a grandeza de São Paulo.