Dias após a fuga, um antigo farroupilha, que se tornara um implacável caçador de escravos após o fim da República Rio-grandense, parte em sua captura, imaginando que o negro teria fugido na direção da Banda Oriental do Uruguai, cuja constituição abolira a escravidão em 1830.
Convivendo com os episódios mais dramáticos da história sul-americana, esses dois personagens irão relacionar-se com a guerra de formas distintas. Enquanto o escravo fugitivo passará anos nos pântanos ao sul de Humaitá, lutando pelo Brasil, o antigo farroupilha aproveitará seus conhecimentos para se transformar no “barão da guerra do Paraguai”.
Somente com a chegada, em Buenos Aires, do navio "Le Frigorifique", em 25 de dezembro de 1876, é que a longa perseguição terá um desfecho polêmico. Em meio ao rebuliço, provocado pela chegada do experimento científico que inaugurou a "Belle Époque" na América do Sul, o encontro desses dois personagens provocará um duelo discursivo entre a república libertária e a monarquia escravagista. Quem vencerá?
Escravidão, Tratados de Extradição, Guerra do Paraguai, epidemia de febre amarela em Buenos Aires, República Rio-Grandense e a invenção da máquina frigorífica por Charles Tellier são temas que conferem uma unidade histórica à narrativa de O Coveiro de Buenos Aires, um romance dedicado à luta dos escravos do sul do Brasil pela liberdade. O Coveiro de Buenos Aires é a quarta obra de ficção do escritor Mauro Maciel, autor de O Memorial do Desterro, livro vencedor da segunda edição do Prêmio Kindle de Literatura, em 2017.