Os personagens principais são os índios Obajara e Kunhahendy, agentes federais de inteligência infiltrados que entram em confronto com o crime organizado que migrou para a região no começo do século XXI. Também mostram uma nova maneira de se relacionar, eroticamente e socialmente, propondo um novo pacto de prazer e de convívio, rompendo com o ranço da monogamia tradicional.
A obra também questiona os absurdos da existência pré-moldada no colonialismo eurocentrista antrópico, bem como a moral religiosa ultrapassada a partir de um ponto de vista filosófico-metafísico-científico-futurista, que se resume em dois bordões paradoxais que ecoam como um cânone – “o mistério insistente do querer estar vivo” e “os inimigos da vida aqui na Terra” – que o fenômeno humano carrega como destino opcional e que permeia, desde o começo da história, uma alternância vital inexorável, uma alusão bifurcada ao Destino de Sísifo, de Albert Camus. Na mitologia grega, Sísifo era um rei condenado pelos deuses a rolar uma pedra até o topo de uma montanha, de onde a rocha rolava novamente até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, e isso se prolongava pela eternidade.
“Uma obra incrível. O autor, um grande visionário, antevê o tempo em que somente a genuína união de todas as raças garantirá a existência dos seres humanos na Terra. O livro é uma porrada.”