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Literatura
No Limiar
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No limiar é uma novela pós-moderna e futurista. A história fundamenta seu território no interior do Brasil, precisamente na região do Araguaia e do Xingu, envolvendo etnias indígenas em conflito com o agronegócio, espreitada pelos mistérios da serra do Roncador. Vislumbra como essa realidade vai ser transformada pela ferrovia transoceânica, pelos drones tripulados que virão num futuro próximo alterando as novas tendências agroecológicas e antropológicas na região, bem como distintos modos de vida que aparecerão até o ano de 2028.

Os personagens principais são os índios Obajara e Kunhahendy, agentes federais de inteligência infiltrados que entram em confronto com o crime organizado que migrou para a região no começo do século XXI. Também mostram uma nova maneira de se relacionar, eroticamente e socialmente, propondo um novo pacto de prazer e de convívio, rompendo com o ranço da monogamia tradicional.

A obra também questiona os absurdos da existência pré-moldada no colonialismo eurocentrista antrópico, bem como a moral religiosa ultrapassada a partir de um ponto de vista filosófico-metafísico-científico-futurista, que se resume em dois bordões paradoxais que ecoam como um cânone – “o mistério insistente do querer estar vivo” e “os inimigos da vida aqui na Terra” – que o fenômeno humano carrega como destino opcional e que permeia, desde o começo da história, uma alternância vital inexorável, uma alusão bifurcada ao Destino de Sísifo, de Albert Camus. Na mitologia grega, Sísifo era um rei condenado pelos deuses a rolar uma pedra até o topo de uma montanha, de onde a rocha rolava novamente até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, e isso se prolongava pela eternidade.

“Uma obra incrível. O autor, um grande visionário, antevê o tempo em que somente a genuína união de todas as raças garantirá a existência dos seres humanos na Terra. O livro é uma porrada.”