"Em sua breve existência. Donald Barthelme (1931-1989) se destacou como jornalista. editor de revistas de arte. diretor do Museu de Arte Contemporânea de Houston e professor (foi um dos criadores do programa de Escrita Criativa da Universidade de Houston). Como se isso não bastasse. foi ainda um escritor prolífico e bem-sucedido. aclamado como um dos grandes nomes da literatura pós-moderna norte- -americana. rótulo que ele aceitava com desconfiada resignação. Barthelme foi. com certeza absoluta. um dos maiores escritores de contos de todos os tempos. dotado de técnica infalível. melancólica alegria e invulgar versatilidade. Tanto podia escrever um conto no estilo de Tchekhov. quanto histórias destituídas de tramas e narrativas que continuam a desafiar os rótulos. Na tentativa de definir Grandes dias e outras histórias. Matt Lewis. crítico do prestigioso The Guardian. comentou entusiasmado que aqui podem ser encontradas fábulas. narrativas lendárias. cartas e ensaios. além de textos compostos inteiramente por diálogos e. também. eventualmente. contos mais fiéis aos parâmetros consagrados do gênero. Já David Eggers. que assina a instigante introdução deste livro. não hesitou em afirmar que a escrita de Donald Barthelme é “divertida. sutil. bela e mais aparentada com a poesia (em sua perfeita ambivalência em relação à narrativa) do que praticamente qualquer outra prosa atual”. Ambos estão certos. porém a literatura de Barthelme é isso e muito mais. razão pela qual ele já foi comparado a autores tão talentosos e diferentes entre si quanto James Joyce. Vladimir Nabokov. Jorge Luis Borges. Virginia Woolf e Samuel Beckett. É ler para crer..."