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Literatura
Homem De Papel
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Romance de João Almino resgata o personagem conselheiro Aires- de Machado de Assis- e o transporta para o seculo XXI. Homem de papel- de João Almino- diplomata e um dos escritores mais importantes da literatura nacional- autor dos romances Enigmas da primavera e Entre facas- algodão- publicados pela Record- e o seu livro mais alegórico. Aqui- o autor evoca Machado de Assis- resgatando o personagem-narrador conselheiro Aires e transportando-o para os dias atuais. Se em Esaú e Jacó- de Machado de Assis- o conselheiro Aires está numa trama sobre dois irmãos completamente opostos- que disputam a mesma mulher e defendem regimes políticos contrários (Monarquia e República)- neste Homem de papel ele ganha protagonismo metamorfoseado em livro- do qual consegue dar escapadelas para o mundo real- regido pela ignorância e estupidez. O exemplar que o abriga pertence à jovem diplomata Flor- trigêmia de Hugo e Miguel- que- assim como os gêmeos de Machado de Assis- estão em eterna rixa política. Teria Flor nascido para atrapalhar a simetria? Ou seria um epicentro de equilíbrio na disputa entre os irmãos? O conselheiro se depara com as redes sociais e precisa se adaptar à velocidade com que as notícias se multiplicam. Diferente do final do seculo XIX e início do XX- agora cada notícia cria milhões e milhões de “verdades”- cujas consequências muitas vezes são irreparáveis. Na orelha do livro- Helio Guimarães- professor da USP- escreve: “Movendo-se entre a farsa- a paródia- a sátira e a tragicomedia- João Almino aciona com maestria muitas notas do cômico. O humor afasta qualquer sugestão de que o passado fosse muito melhor do que o presente. Continua valendo aqui- como em Machado- a convicção de que ciúmes- traições- medo- orgulho- vaidade ate mudam de endereço- mas mantêm o frescor do primeiro pe de alface que nossos ancestrais arrancaram da terra.” “João Almino aciona com maestria muitas notas do cômico.” - Helio Guimarães “Uma lição de literatura: surpreendente e inteligente.” - Abel Barros Baptista