“criogenia de D- ou manifesto pelos prazeres perdidos” é um livro que pode ser lido como um romance de muitos personagens ou de apenas um- Com uma narrativa repleta de referências e de forte introspecção- tem a capacidade de dissecar em profundidade sua narradora- ou seu narrador- sem descrever o que tem de mais básico- ao mesmo tempo em que marca em sua personalidade algumas das grandes questões e dilemas de nossa contemporaneidade- Livre de muitas convenções textuais- sua história também é contada pelo corpo físico do livro- pela relação entre palavra e página- pelos espaços em branco e pelo tamanho das fontes- mas principalmente pelos grandes riscos- tanto de tornar-se escrita- quanto de se deixar envolver por ela: “repito com todas as letras que sou uma farsa- confiar no que escrevo é uma temeridade- confiar na escrita é um exercício insano- desnudar-me- na verdade- é tornar-me ilegível-”