QUARTA-CAPA Eis aqui uma das mais conhecidas histórias de todos os tempos. Ela descreve a perigosa expedição de Jasão e seus companheiros- os argonautas- entre os quais Teseu e Heracles- rumo à Cólquida em busca do velocino de ouro (um carneiro mitológico com pelagem de ouro). Seja por reunir esses três grandes super-heróis gregos- e Medeia- seja por conter todas as características das famosas epopeias homericas- a narrativa mantem-se popular- a despeito de todas as mudanças culturais. Isso se deve muito a Apolônio de Rodes- que no seculo III a.C.- nas Argonáuticas- deu ao relato sua forma escrita- a mesma que serviu de base para todas as adaptações já feitas em nossa epoca no cinema e nos quadrinhos. Esta edição bilíngue do poema traz primorosa tradução e dois ensaios de Fernando Rodrigues Junior contextualizando a obra e o autor e analisando o papel nela desempenhado pelo heroísmo- essa liga de coragem e persistência sem a qual as grandes aventuras seriam impossíveis. DA CAPA Imagem da capa: retrato de Apolônio de Rodes- a partir de uma cópia do que seria um busto do autor. COLEÇÃO TEXTOS A coleção Textos e dedicada a grandes textos de grandes autores- brasileiros e internacionais- nos campos da literatura- dramaturgia- crítica e filosofia. Seu propósito e levar um painel da vida e obra desses escritores e pensadores- sua obra propriamente dita e ensaios críticos que demonstrem sua vitalidade e importância para o leitor brasileiro. TRECHOS Ouve- soberano habitante de Págasas e da cidade de Esão- cujo nome vem de nosso genitor- tu que me prometeste- quando consultei o oráculo em Pito- sinalizar o cumprimento e os limites do caminho- pois es o próprio responsável por esses trabalhos. Conduz a nau- com os companheiros sãos e salvos- ate a Cólquida e de volta à Helade. Depois- em tua honra- depositaremos em teu altar esplêndidos sacrifícios de tantos touros quantos retornarmos- e tambem a Pito e a Ortígia levarei inumeráveis presentes. Agora vem- Apolo Flecheiro- e recebe o sacrifício que te oferecemos como primeiro sinal de gratidão ao embarcarmos na nau. Que eu solte as amarras- soberano- segundo o teu plano- com um destino sem pesares. E que o vento sopre doce- com o qual viajaremos tranquilos pelo mar. [livro 1- p. 49- v. 411-425] Mas Medeia (disputada por ambas as partes) seria confiada à filha de Leto- longe da tripulação- ate que um dos reis detentores da lei julgasse se seria necessário que ela retornasse à casa do pai ou seguisse com os valorosos rumo à Helade. Então- quando a garota refletiu na mente sobre cada detalhe- dores agudas agitaram violentamente seu coração. Prontamente chamando Jasão sozinho- longe dos companheiros- levou-o a outro lugar- ate terem muito se afastado- e à sua frente disse palavras de desalento: “Esônida- qual e esse plano que tramaste a meu respeito? Os triunfos te lançaram em completo esquecimento e não te ocupas com as coisas que me dizias quando tinhas necessidade? Para onde foram os juramentos por Zeus Suplicante- para onde foram as doces promessas? Por causa delas- eu- em desordem e com desejo despudorado- abandonei a pátria- a glória do lar e os próprios genitores- tudo que me era mais caro- e sozinha- distante- sou levada pelo mar com as tristes alcíones- por causa das tuas tarefas- a fim de teres cumprido- salvo por mim- os trabalhos contra os bois e os Nascidos da Terra. Por fim adquiriste o tosão- motivo pelo qual vossa navegação foi empreendida- graças ao meu desvario- e provoquei uma funesta vergonha sobre as mulheres. Dessa forma afirmo seguir-te pela Helade como tua filha- tua esposa e tua irmã. [livro 4- p. 283- v. 345-369] SUMARIO Nota Introdutória Cronologia Estrutura do Enredo das “Argonáuticas” Mapa ARGONÁUTICAS Livro 1 Livro 2 Livro 3 Livro 4 ENSAIOS CRÍTICOS Algumas Considerações Sobre as “Argonáuticas” A Discussão Sobre o Heroísmo nas “Argonáuticas” Bibliografia Índice de Nomes Agradecimentos